quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Origem histórica da Dança do Ventre

A dança do ventre originou-se provavelmente na região mediterrânea e norte da África.
Essa afirmativa baseia-se no grande número de evidências históricas que foram recolhidas pelos arqueólogos em suas escavações e também encontradas em construções antigas.
Uma pintura rupestre de 6000 antes de cristo, encontrada em uma caverna em Tassili N´ajjer, na Argélia, norte da África, é provavelmente a primeira figura que pode ser comparada à Dança do Ventre. Era um culto praticado apenas por mulheres para a Deusa Mãe.
As figuras de Naqada, no Egito, surgiram 400 antes de cristo, belas e claras evidências da dança oriental e retratavam a adoração ao sol e culto à fertilidade.
Provavelmente por volta de 1400 anos antes de cristo sinais evidentes surgem e se destacam na Grécia, Itália e no Egito.
E é também no Egito que danças rituais para afastar maus espíritos com punhais e pandeiros, danças funerais, danças religiosas e danças artísticas, incluindo-se também aí, o quadro vivo, ganhavam forte destaque. Algum tempo depois danças com conotação basicamente ritualísticas, recebem modificações no seu processo de reformulação e modulação, visando apresentações públicas.

“Fazendo uma ligação entre dança e cultura primitiva, podemos observar que os povos antigos viam-se como encarnações dos filhos de Grande Mãe Terra, sem que houvesse uma separação entre a realidade e o sagrado”.
Inicialmente todos os rituais eram dançados, por meio da dança expressava-se a natureza do ser e as mais profundas emoções. Na dança era uma expressão fiel de aspectos do cotidiano.
As sociedades eram matriarcais e as mulheres eram vistas com respeito. (A dança não era apenas uma exposição estética (como nos dias atuais) era principalmente um ato sagrado).
O ventre era visto como espaço sagrado da criação da vida.
Conhecendo e vivenciando na minha experiência pessoal a dança do ventre não poderia me distanciar desta origem sagrada. Busco no meu trabalho em sala de aula bem como nas minhas apresentações, trabalhar o apuro técnico sem permitir que a dança caia na vulgaridade, ou torne-se apenas uma experiência superficial. Acho que o trabalho do feminino feito durante as minhas aulas auxilia as alunas a tratar a dança com a devida responsabilidade e respeito.

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